A Mentira...

Quem mente cria um espaço e um tempo para viver algo que julga não poder viver quando diz a verdade. É uma narrativa caprichosa que visa confundir o outro, testar a própria capacidade de sedução e faz, por instantes, aquele que mente se sentir omnipotente. É um teatro em que se representam vários personagens, partes do que é o ser humano. Talvez os heterónimos que coabitam em nós.Quem conta uma mentira raramente se apercebe do pesado fardo que toma sobre si.; é que, para manter uma mentira, tem de inventar outras vinte».
Como valores são relativos, existe um termómetro de aceitação das mentiras. Entre as tantas com que convivemos, abominamos algumas, ignoramos outras e aceitamos umas quantas... Aceitamos muitas vezes a mentira para nos autopreservar e preservar o outro. Detestamos quando nos magoam, especialmente no quesito confiança. A mentira exige invenção, dissimulação e memória...
Existem relações nas quais as mentiras não cabem, ou melhor, existem mentiras absolutamente desnecessárias e extremamente prejudiciais ao quotidiano dos amigos ou de duas pessoas que se amam. O impacto da descoberta de uma mentira é, muitas vezes, avassalador, como o raio que fulmina!